quarta-feira, 31 de dezembro de 2008

Feliz 2009 para Todos!

São os votos mais sinceros da Peúga. Um Grande Ano de 2009 para todos! E vem aí um grande ano de cinema. Prepararem-se...


terça-feira, 30 de dezembro de 2008

Últimos Dias...

Não. Não são os últimos dias de saldos. Apenas queria pedir mais um desejo para o ano novo que está prestes a bater-nos à porta:


- Quero um trabalho novo. Não aguento mais o velho!!!


Era só. Obrigado.


P.S. - Um Enorme Pedido de Desculpas para o Nuno e a Rita. Eles entendem, não fossem eles meus excelentes amigos.

domingo, 28 de dezembro de 2008

O Que Ainda Resta de 2008...

Faltam 3 dias para o fim do ano e as Boas Festas continuam.
Aproveitam-se as últimas folgas do trabalho para fazer algumas coisas úteis para a casa, tais como: resolver problemas de logistíca, fazer alguns melhoramentos e pôr máquinas a funcionar.
Preparar a passagem de ano também é um assunto importante já que este ano será fora-de-casa e com uns amigos bem porreiros. Vai ser bonito.
Quanto a assuntos cinematográficos, as novas críticas chegarão só no novo ano de 2009 e continuo a ver mais filmes em casa que no cinema. Os últimos foram:
- Cinema Paraíso (1988), de Giuseppe Tornatore, o qual recomendo vivamente;
- Topázio (1969), de Alfred Hitchcock, mais um do Mestre do Suspense, dos muitos que ainda tenho para ver e não são poucos;
- O Fantasma da Ópera (2004), de Joel Schumacher, um excelente musical baseado no musical de palco de Andrew Lloyd Webber e na obra literária de Gaston Leroux.
Por agora é tudo. Os desejos para um bom ano ficam para daqui a uns dias.

quarta-feira, 24 de dezembro de 2008

Boas Festas!

Um Feliz Natal com tudo de bom para todos. São os votos sinceros da Peúga.

sexta-feira, 19 de dezembro de 2008

Música Bonita.



The Script - The Man Who Can't Be Moved.

P.S. - O melhor que consegui, pois não dava para copiar o vídeo original.

Surpresa Inesperada de Natal.

Esta foi uma semana cheia de surpresas.
Depois do presente-surpresa do amigo oculto no jantar de Natal anual do meu trabalho na passada 3ª feira, no dia seguinte, 4ª feira, dia 17, surgiu a maior surpresa de todas deste Natal. Telefonaram do jornal Carteia, para onde escrevo as minhas críticas de cinema, convidando-me para o almoço de Natal, dia 19 de Dezembro, ou seja, hoje. Aceitei com todo o gosto e hoje lá fui eu para Quarteira, conhecer e conviver com todos aqueles os que trabalham para o jornal, com a excepção do meu grande amigo Bruno Hilário, o chefe de redacção.
Foi um convívio muito interessante e muito importante, pois já desejava conhecer os donos do jornal para onde escrevo há algum tempo. É sempre bom saber para quem trabalhamos, mesmo que seja uma pequena colaboração.
Foi um belo almoço, sempre muito bem servido e com um atendimento muito agradável. Ainda tive direito a um saco de prendas com um postal bonito a desejar boas festas. Mais uma surpresa, não obstante o almoço à conta do dono do jornal. Por fim, despedi-me de todos, agradecendo e desejando festas felizes para todos, como é da praxe.
Pois é. A vida é cheia de surpresas e quando são inesperadas têm um sabor mais agradável.

domingo, 14 de dezembro de 2008

Mais Críticas Atrasadas.

Estas são as últimas críticas atrasadas dos jornal Carteia. Os leitores vão reconhecê-las, pois já foram publicadas aqui no blogue há algum tempo atrás. De qualquer maneira, aqui estão elas:


Título: Vestida para Matar (Dressed to Kill)

Ano: 1980

Realização: Brian De Palma

Elenco: Michael Caine, Nancy Allen, Angie Dickinson, Keith Gordon e Dennis Franz

Género: Thriller, Crime, Mistério

País: E.U.A.

Produção: Samuel Z. Arkoff, Fred C. Caruso e George Litto

Argumento: Brian De Palma

Música: Pino Donaggio

Fotografia: Ralf D. Bode

Montagem: Gerald B. Greenberg

Sinopse/Crítica: Brian De Palma é um cineasta de homenagens. Todo o seu cinema está carregado de referências doutros cineastas ou dos seus próprios filmes. Isso é um ponto positivo a seu favor, pois torna os seus filmes interessantes e fascinantes. Uma dessas referências, e a maior de todas, é Alfred Hitchcock. Seja por movimentos, ângulos, pontos de vista ou perspectivas de câmara, seja pela montagem, o Mestre do Suspense está presente em todos os seus filmes. Referência que o próprio realizador assume, segundo o que alguma crítica americana considera como um uso abusivo das homenagens a Hitchcock, copiando até cenas inteiras e com isso não trazendo nada de novo aos seus filmes. Críticas injustas a um dos melhores e mais importantes filmmakers da sua geração, muito estudado nas escolas de cinema, pela sua forma especial e extremamente técnica de filmar.

Vestida para Matar é claramente uma das suas homenagens ao Mestre. Um thriller sensual, erótico quase, com um toque de film noir. Kate Miller (Angie Dickinson) é uma dona de casa amargurada e frustrada sexualmente. Uma frustração, que desabafada com o seu psiquiatra e amigo Dr. Robert Elliott (Michael Caine), a leva a cometer adultério com um desconhecido, para quebrar a rotina que a sufoca. No seu regresso a casa é brutalmente assassinada por uma misteriosa transexual loura, toda vestida de negro. Este crime hediondo é testemunhado por uma prostituta de luxo, Liz Blake (Nancy Allen), que passa a ser o novo alvo desta estranha assassina.

Mas as aparências iludem. O realizador dá extrema importância aos detalhes, provocando o espectador para uma redobrada atenção. Estes detalhes são-nos mostrados através da sua técnica fílmica, com por exemplo o enquadramento dividido ao meio, e da montagem. Outra das grandes marcas registadas do realizador e uma das suas homenagens a Hitchcock é a cor loura do cabelo das suas protagonistas.

A morte é uma presença habitual em De Palma. É mais uma das formas de desafio às percepções do público que o realizador propõe. A morte tem aqui a função de elo de ligação entre a personagem que morre e a personagem que testemunha a sua morte. Essa ligação emocional é introduzida através do zoom simultâneo dos olhos de ambas as personagens, como se a transmissão dum terrível tormento, neste caso, a morte duma reflectir-se-á na vida da outra.

Uma das situações interessantes neste filme é o facto de ter cuidado com o que se deseja, ou com o que se sonha, pois pode perigoso de alguma maneira. Passando a explicar: a personagem principal, Kate, morre por ter realizado as suas fantasias sexuais, por ter transgredido a sua rotina. Por outro lado, a prostituta Liz tem sexo a mais na sua rotina e quando se refugia numa vida mais pacata, após o susto, começa a ter sonhos em que aparece morta às mãos da assassina de Kate. Esta troca de papéis sociais tem uma força de ligação, a transexual assassina loira, o ponto de equilíbrio entre as duas mulheres. Esta gracinha irónica operada por De Palma mostra a sua visão peculiar sobre o sexo oposto.

Outro tema presente no filme é a transexualidade. Provavelmente a primeira vez que um cineasta abordou este assunto tabu para a sociedade conservadora estado-unidense num filme, embora duma forma subtil.

Vestida para Matar é uma interessante obra voyeurista que mostra exactamente porque que caminho trilha Brian De Palma, um cineasta por vezes não apreciado ou não entendido por alguns seus compatriotas críticos. Sem dúvida um realizador marcante no cinema estado-unidense de suspense.

Classificação: *** - Bom

Curiosidades sobre o filme:

- Brian De Palma fora casado com Nancy Allen, de 1979 a 1983.

- O realizador queria a musa de Ingmar Bergman, Liv Ullmann, para o papel de Kate Miller, mas ela declinou o convite.



Título: À Prova de Morte (Death Proof)

Ano: 2007

Realização: Quentin Tarantino

Elenco: Kurt Russell, Rose McGowan, Rosario Dawson, Michael Parks, Mary Elizabeth Winstead, Zoë Bell, Vanessa Ferlito, Jordan Ladd, Tracie Thoms, Quentin Tarantino e Sydney Tamiia Poitier

Género: Acção e Crime

País: E.U.A.

Produção: Elizabeth Avellán, Robert Rodriguez, Quentin Tarantino e Erica Steinberg

Argumento: Quentin Tarantino

Música: Toda escolhida por Quentin Tarantino

Fotografia: Quentin Tarantino

Montagem: Sally Menke

Sinopse/Crítica: À Prova de Morte é a sexta longa-metragem, em nome próprio, de Quentin Tarantino, um dos mais brilhantes realizadores estado-unidenses da sua geração. Um cinéfilo e amante da sétima arte como poucos, que transporta toda essa cultura cinematográfica para os seus filmes, criando imagens de marca, verdadeiros símbolos, características que o tornam num digno exemplo do cinema de autor. Entre as suas inesquecíveis obras, destacam-se Pulp Fiction (1994) e as duas partes de Kill Bill – A Vingança (2003-2004). Os diálogos são uma das suas maiores marcas cinematográficas. As temáticas giram sempre á volta de personagens fora-da-lei, onde a violência tem um papel importante. Reflexo duma sociedade violenta, num país dito desenvolvido e civilizado, proclamador da terra da liberdade. A linha narrativa do filme é bastante simples. Um duplo de cinema de filmes de série B assassina 5 raparigas com o seu carro à prova de morte, num violento acidente. Meses mais tarde repete a mesma brincadeira com outras raparigas. Mas desta vez, ele nem sabe no que se foi meter nem o que o espera.

Tarantino é daqueles realizadores que se parece com uma faca de dois gumes. Ou se ama ou se odeia (os seus filmes, entenda-se) e À Prova de Morte é um perfeito exemplo disso. Um filme que a crítica especializada venerou e ao mesmo tempo menosprezou. Mas afinal o que nos traz de novo esta obra do realizador estado-unidense? É exactamente o que queremos descobrir.

Primeiro que tudo À Prova de Morte é uma clara homenagem ao cinema de série B, cinema de baixo orçamento que se fazia nos anos 60 e 70, sem algum propósito artístico e que explorava temáticas sensacionalistas, algumas delas bastante chocantes ou mesmo tabu, como o sexo e a violência, de forma muito gráfica e explícita e que não passava no cinema mais comercial da altura. Este tipo de filmes passava nos antigos cinemas de bairro (ou cine-teatros), muitas vezes em sessões duplas contínuas. As salas que projectavam este tipo de filmes passaram a denominar-se Grindhouse, um vocábulo sem tradução para outras línguas, que passou a caracterizar este tipo de cinema. Os géneros eram os mais variados possíveis, desde western spaghetti, eróticos, horror, crime, mistério, filmes de canibais, de kung fu, de motoqueiros e de carros, zombies, mulheres na prisão, etc. Outra característica deste tipo de filmes era a qualidade da fita, que reflectia a qualidade do filme. Os riscos e a falta de fotogramas eram constantes, devido ao desgaste da fita provocado pelo extremo uso. Note-se que À Prova de Morte pertence à segunda parte da sessão dupla de cinema Grindhouse. A primeira parte foi assegurada pelo grande amigo de Tarantino, Robert Rodriguez (que o convidou para este projecto), com um filme de zombies chamado Planet Terror (2007).

Mas as homenagens não se ficam por aqui. As referências a filmes e séries de culto são uma constante. Exemplo disso é a conversa de Stuntman Mike com algumas raparigas no bar, sobre os filmes em que tinha participado como duplo, dos quais as raparigas desconheciam por absoluto. Outras referências são os seus próprios filmes. O carro amarelo e preto que aparece na segunda parte do filme é uma clara alusão ao fato usado por Uma Thurman em Kill Bil: Vol. 1 – A Vingança (2003). Outra das marcas autorais, que já foi mencionada acima, e talvez a mais importante de todas e a que mais sobressai nos seus filmes: os diálogos. A palavra em Tarantino é fundamental. Os diálogos são simples, banais e ao mesmo tempo sofisticados, cheios de repetições, com bastante calão e humor à mistura, originando uma espécie de eloquência própria e invulgar, conferindo um certo estilo cool aos personagens. Não podemos esquecer também uma pequena referência à literatura, pois o excerto do poema recitado por Stuntman Mike a Arlene chama-se Stopping by Woods on a Snowing Evening, da autoria de Robert Frost, poeta estado-unidense dos finais do século XIX, princípios do século XX.

Em termos técnicos, parece que Quentin Tarantino está cada vez melhor e isso nota-se na maneira como filma. Neste filme ele desempenha também a função de director de fotografia. Isto é importante referir, pois a qualidade da fotografia aumenta ao longo do filme. Temos, portanto, uma primeira parte a cores, muito má, cheia de falhas, com a falta de fotogramas e onde os cortes são mal executados. Tudo isto de forma propositada. A seguir passamos directamente para uma pequena parte monocromática, preto e branco, com excelente qualidade, onde Tarantino mostra as suas capacidades como director de fotografia. Nesta parte são introduzidas novas personagens, predominando um certo tom de mistério, dado pelo preto e branco. Passamos depois rapidamente para cor novamente, e esta cor já não é a mesma da primeira parte. Tem melhor qualidade e mais nitidez, apesar de continuar a haver falhas de continuidade, com a presença de alguns fotogramas a mais ou a menos. Uma palavra para a excelente montagem, servindo as ideias e os propósitos do realizador. O filme contém também excelentes sequências de acção. Tem umas das melhores perseguições de carros jamais filmadas e uma colisão frontal de cortar a respiração, extremamente violenta e visceral, onde os carros são personagens principais.

Quantos aos temas presentes no filme, eles não são nada novos em Tarantino. Cinema, sexo, mulheres, carros, violência, álcool, drogas e WCs. Cinema, porque quase todas as personagens trabalharam ou trabalham no mundo do cinema. O sexo está lá, não é explícito e a exploração da imagem feminina pela câmara é permanente como, por exemplo, na lap dance de Arlene a Stuntman Mike. Em relação ao álcool, drogas e WCs, nada a dizer. Estão quase sempre presentes nos seus filmes. Engraçado ver que o duplo que provoca a morte das raparigas na colisão frontal, não bebe um pingo de álcool. E claro, os carros, que são as personagens principais das sequências de acção e as “armas” geradoras da violência.

Mas então afinal o que traz de novo esta obra de Tarantino? Respondendo de forma curta e simples: nada. Mas por detrás deste «aparente vazio» está uma das suas obras mais interessantes. Isto porque mostra-nos Quentin Tarantino no seu melhor e igual a si próprio, logo, nada de novo. Por outro lado, a sua intervenção neste tipo de filmes série B, o seu peculiar estilo, torna o filme melhor do que ele realmente é, ou seja, o estilo de Tarantino eleva o nível da série B com À Prova de Morte, tornando-o, neste particular aspecto, inovador, fascinante e de culto.

Em jeito de conclusão e parafraseando George Clooney no anúncio publicitário da Nespresso, se aplicável ao cinema de Quentin Tarantino, seria algo assim: “Tarantino. Who else?”

Classificação: **** - Muito bom

Curiosidades sobre o filme:

Escolhido como um dos melhores filmes de 2007 pela prestigiada revista francesa de cinema Les Cahiers du Cinéma.



Legenda:

*- Mau

** - A ver

*** - Bom

**** - Muito bom

***** - A não perder




(Textos publicados nas edições de 20 de Novembro e de 04 de Dezembro de 2008 do jornal Carteia.)

Ainda as Prendas de Natal...

Continuando com as prendas de Natal (não, não comprei mais nenhuma para mim!), este início de fim de semana fui até Bordeira, à casa dos meus primeiros primos. Passei lá a noite de 6ª feira para Sábado.
O que isto tem a ver com prendas de Natal? Já chego lá.
Primeiro, quando o meu primo chegou à minha casa para me vir buscar mostrou-me a sua nova prenda, oferecida pela sua mulher, minha prima: um novo telemóvel com GPS. Achei aquilo giro, pois nunca tinha visto nenhum, a não ser na televisão. Quando fomos embora, ele tinha de passar em Olhão, então fomos experimentar o GPS para nos indicar o caminho para Olhão. Para escapar ao trânsito nos itinerários principais, escolhemos uma via alternativa. E não é que com a ajuda daquele pequeno aparelho chegámos ao nosso destino mais rapidamente? Realmente foi uma experiência muito gira. Depois a caminho da sua casa, fizemos o mesmo e descobrimos um caminho de terra batida que nos serviu de atalho, por ordens do pequeno aparelho de posicionamento global.
Chegados ao destino, tinhamos já o jantar á nossa espera e depois deste, avistava-se a sua segunda prenda de Natal. Ele comprou, semanas antes, para sua casa, um conjunto de colunas para combinar com o seu leitor de DVD e o seu LCD, para tranformar a sua sala numa sala de cinema. Pusemos tudo em funcionamento e experimentámos um filme. Fiquei maravilhado. Parecia que estava no cinema! Eu já sabia como estas coisas funcionavam e que seria umas das coisas que gostaria de adquirir nos próximos tempos. Mas não deixei de ficar maravilhado.
Porque conto isto tudo, perguntam vocês? Simples. O meu desejo material para o ano de 2009 é transformar o meu quarto numa pequena sala de cinema. E como a imagino, ficará altamente. Quando tiver pronta, postarei aqui fotografias. A ver vamos...

Óscares 2009.

A próxima edição dos Prémios da Academia dos E.U.A., vulgo Óscares, já têm apresentador. Ele é australiano, um dos grandes actores da actualidade e um dos meus favoritos. Parabéns à Academia pela escolha. Ele é...Hugh Jackman.

sexta-feira, 12 de dezembro de 2008

As Minhas Prendas de Natal.



E agora não compro mais nada! Só nos saldos!

quarta-feira, 10 de dezembro de 2008

Sugestão Literária da Semana:

Watchmen (1986), de Alan Moore e Dave Gibbons, da DC Comics.
Estou a adorar esta graphic novel de super-heróis. Uma pérola, mesmo. Recomendo vivamente uma leitura.


P.S. - Espero que o Canhoto não fique chateado pela minha "apropriação" do seu último post. Aquele abraço.

segunda-feira, 8 de dezembro de 2008

O "Maldito" Centro Comercial.

Há já algum tempo que ando para escrever sobre este assunto, mas nunca sabia por onde começar. Então, depois do meu "magnífico" fim-de-semana de trabalho, num conhecido local, chegou o momento certo.
Caros amigos leitores, o assunto que vos venho falar aqui hoje, chama-se Centro Comercial, e para que ninguém se perca no que aqui irá ser escrito, vou por as palavras "Centro" e "Comercial" a bold.
Esta "magnífica" invenção de concentrar num só espaço todo o comércio possível e imaginário não é nova (bem antiga, por sinal!), embora os modelos actuais dos "shopping centers" tenham começado a proliferar na Inglaterra e nos E.U.A. (onde haveria de ser!!!) por volta dos finais do séc. XVIII, inícios do séc. XIX. A ideia até é boa, sim senhor, podermos encontrar de tudo num único espaço. O problema é que actualmente o centro comercial deixou de ser um local exclusivo de comércio para ser também um espaço lúdico, onde ocorrem inúmeras actividades temáticas, sem esquecer todas as épocas festivas (Natal, Carnaval, etc.).
Este, a meu ver, é o grande problema dos centros comerciais. Passo a explicar: A maioria das pessoas estão habituadas sempre a fazer as mesmas coisas. Então habituaram-se a ir a centro comercial, para fazer as suas compras. Mas para além das suas compras, começaram a habituar-se a fazer novas coisas. Chegam os fins-de-semana e é ver famílias inteiras a passear com os filhos e os netos. Passear?? Num centro comercial?? E vão ver o quê?? Lojas. Ah!! Pensei que o conceito de passeio se resumia a visitar outras cidades, outros museus, alguma exposição, ou simplesmente aproveitar o bom tempo, quando é caso disso, ou seja, fazer algo realmente interessante com o tempo livre. Mas não!! Não fazem nada disso. O que é bom é passear nos centros comerciais, ver o que as lojas têm para oferecer, é muito mais interessante, mesmo que não se compre nada.
O espaço de trocas comerciais passou a ser um local de passeio para o cliente domingueiro, onde muitos não respeitam quem lá trabalha, deixando tudo sujo, ou simplesmente vão lá para reclamar de qualquer coisa, porque tiveram uma semana má de trabalho. Depois, as crianças e os adolecentes, esse grande alvo preferencial destes grandes antros consumistas. Os pais, que durante a semana estão pouco tempo com eles por estarem a trabalhar, levam-os lá para satisfazer as necessidades aos meninos, que choram e berram, porque querem ir comer comida de plástico e ir ver um filme que não é para a idade deles (sim, actualmente também há cinemas nestes lugares), e para os calarem, fazem-lhes as vontadinhas todas, do tipo: "Toma lá 20€ e não me moas mais o juízo!". Juventude condenada ao fracasso.
Que bonito, ver tanto povo junto, qual manifestação sindical ou outra qualquer do género. O povo alienado e contente será sempre vencido! Esta é a propaganda dos C.C. (cansei-me de repetir aquelas duas palavras), claro está de forma implicíta, para não parecer mal.
Por isso deixo aqui a minha mensagem de Natal: Se é inteligente e de bom senso, neste Natal, fuja do Centro Comercial. Um verdadeiro serviço público, porque este blogue não vive só de cinema nem de peúgas (ambas boas prendas de Natal, já agora).
Depois não digam que não avisei...

terça-feira, 2 de dezembro de 2008

Ajuda Precisa-se...

A todos os leitores e amigos deste blogue: PRECISO DE AJUDA!
Não é nenhum tipo de ajuda monetária, nem de ir ao programa da TVI para fazer uma plástica e ficar mais bonito.
Preciso apenas que me ajudem a restaurar a minha criatividade no desenvolvimento das minha críticas para o jornal Carteia. Toda e qualquer ajuda será bemvinda e nem precisam ser peritos na matéria, basta que possuam alguma cultura fílmica.
Para ajudar apenas precisam ler as minhas críticas que se encontram publicadas aqui no blogue (sendo que as mais recentes encontram-se em links nos respectivos posts) e comentar os pontos fracos e fortes, o que poderei fazer para tornar o texto e respectiva leitura mais interessante.
Enviem todos os vossos comentários e atrevam-se a ajudar-me.
Um muito obrigado a todos.

quarta-feira, 26 de novembro de 2008

A Morte de Batman.

O "Cavaleiro das Trevas", um dos maiores heróis de sempre da BD, esta marcado para morrer. Hoje anuncia-se a sua passagem para o além. Até um dia, Bruce Wayne...

terça-feira, 25 de novembro de 2008

segunda-feira, 24 de novembro de 2008

Mais Cinema.

Mais uma quizena cheia de filmes para ver. O Carteia cada vez mais dentro do cinema e mais perto de si:


Título: Ensaio Sobre a Cegueira (Blindness)

Ano: 2008

Realização: Fernando Meirelles

Elenco: Julianne Moore, Mark Ruffalo, Alice Braga, Yoshino Kimura, Yusuke Iseya, Don McKellar, Danny Glover, Mitchell Nye, Sandra Oh e Gael García Bernal

Género: Drama, Ficção Científica, Thriller e Mistério

País: Canadá, Brasil e Japão

Produção: Andrea Barata Ribeiro, Niv Fichman e Sonoko Sakai

Argumento: Don McKellar, baseado no romance homónimo de José Saramago

Música: Marco Antônio Guimarães

Fotografia: César Charlone

Montagem: Daniel Rezende

Sinopse/Crítica: Desde que o cinema fora inventado que as adaptações de grandes obras literárias são uma das fontes mais inspiradoras dos cineastas. Isto porque o cinema deve à literatura a sua estrutura narrativa, isto é, a forma de contar histórias, embora utilize outros tipos de linguagem. Mas materializar um romance em linguagens fílmicas não é uma tarefa fácil. É, e será sempre, uma visão particular, um ponto de vista, daquele que adapta e isso tem efeito no espectador, pois poderá ou não corresponder ao imaginado por si.

Ensaio Sobre a Cegueira é a segunda obra de José Saramago adaptada ao cinema, depois de A Jangada de Pedra, em 2002, pela mão do holandês George Sluizer. Um filme que chega 10 anos após a entrega do Prémio Nobel da Literatura ao escritor português.

Conta a história duma misteriosa cegueira que contagia toda uma cidade e que se espalha pelo país. Aparentemente incurável, apenas uma mulher não fica afectada pela cegueira e ela será a única testemunha de todas as atrocidades imagináveis, a prova viva da decadência duma sociedade. Mas também ela será a única capaz de achar o caminho de regresso à civilização.

Respeitando ao máximo a obra de Saramago, o realizador brasileiro consegue aqui o grande feito do filme. Pela mão da grande Julianne Moore, a única personagem que tudo vê, que se sento o desespero de todos aqueles que ficam cegos dum momento para o outro. Ela parece impotente perante o fardo que carrega, mas a pouco e pouco a sua força interior emerge de tal forma, que culmina com a protecção e orientação daqueles que mais ama.

O filme tem um visual bastante interessante. A ideia da misteriosa e leitosa cegueira é notável, com planos muito brancos e desfocados, cria-nos a ambiência do novo mundo dos cegos. Um visual cuidado que nós transposta para dentro das personagens, percebendo a sua angustia perante a enfermidade. Em algumas das situações representadas, especialmente, a deambulação dos cegos pela cidade à procura duma orientação comum ou os santos duma igreja de olhos vendados, sentimos verdadeiramente essa angústia perante o mundo à beira do fim.

Como é impressionante como os nossos instintos mais selvagens se sobreponham à razão, à moral e ao bom senso perante uma possível situação de crise, no caso da cegueira, onde não há tempo de adaptação possível. A única forma de sobrevivência é a comunhão.

Apesar de tudo aquilo que possa representar, alegoricamente falando, Ensaio Sobre a Cegueira é um filme sobre esperança na raça humana e sobre a humanização do homem. É importante e urgente reparar em nós, de olharmos para dentro de nós e no próximo, no outro.


Classificação: *** - Bom


Curiosidades sobre o filme:

- O filme foi seleccionado para abrir a edição 2008 do Festival de Cannes.

- O filme agradou ao autor do livro, José Saramago.



Legenda:

*- Mau

** - A ver

*** - Bom

**** - Muito bom

***** - A não perder

(Texto publicado na edição de 20 de Novembro de 2008 do jornal Carteia.)

A Importância do Cinema.

Ontem no meu local de trabalho, num conhecido cinema local, falava com um cliente sobre o consumismo natalício nos centros comerciais em tempo de crise económica. O senhor, maior de 65 anos de idade, frisou veementemente: "Eu só cá venho ao Fórum para vir ao cinema e sou cliente desde que abriu." Acredito. Eu trabalho naquele cinema há quase quatro anos e vejo este cliente e a sua esposa, todos os sábados e domingos, a ver um filme (quando não são dois seguidos em ambos os dias), sempre durante a parte da tarde. E segundo já me apercebi, a sua esposa gosta muitos de filmes de acção e ficção científica. Notável.
Isto não se trata de um caso isolado. Há imensos casais de idosos que fazem o mesmo. Devoram cinema que nem adolescentes, com a diferença de que sabem escolher os filmes que vêem e adoram certos e determinados géneros. Alguns até ficam aborrecidos por não conseguirem ver os filmes todos.
Admiro estas pessoas. Pela forma como ainda encaram o cinema. A curiosidade que possuem de ir ver os filmes em cartaz, fazendo-o religiosamente, no seu tempo livre, já que muitos ainda trabalham. Tudo em nome das grandes emoções, que só a grande tela nos oferece.
Quando for grande, quero ser como eles. Quero não. Vou ser, com toda a certeza. E a minha futura esposa que se cuide...

sexta-feira, 21 de novembro de 2008

Frase do Dia (8).

«O estilo é o momento de identificação entre o escritor e o seu assunto.» (Marcel Proust)

Hoje é Dia de...

...Folga. Não me apetece fazer nada. Estou mole e preguiçoso. Há dias assim. Vou ali ver um filme qualquer.

quinta-feira, 20 de novembro de 2008

Um Momento de Orgulho.

Os meus parabéns à minha amiga Andreia Filipe, artista plástica, colega da Universidade do Algarve, pelo seu trabalho desenvolvido ao serviço do seu curso de Artes Visuais. Estou muito feliz por ela ser uma das finalistas do curso nacional ANTECIPARTE. Aqui fica o artigo do jornal Mundo Universitário.

domingo, 16 de novembro de 2008

Menu do Dia (3).

Hoje é dia de escrever críticas para o jornal Carteia. Começar é sempre o mais difícil. Mas com algum esforço, lá para a noitinha haverá já textos produzidos, com alguma análise sobre os filmes da quinzena. Quanto aos filmes tratados, é supresa. Terão de esperar pela edição em papel na próxima 5ª feira ou pelos links que aqui vão estar, pela mesma altura. Continuo ainda sem uma disciplina rigorosa para o meu trabalho de crítico. Talvez se visse um filme por dia e o criticasse, as coisas serão diferentes. Seria bom ou mau? Não sei, mas seria diferente. Talvez um dia venha a experimentar tal exercício. Façam-no vocês também. Experimentem.
Um filme por dia, nem sabem o bem que vos fazia...

sábado, 15 de novembro de 2008

Sugestão Cinéfila da Semana (7):

Ensaio Sobre a Cegueira (2008), de Fernando Meirelles.
A "visão" apocalíptica de José Saramago sobre o mundo, pelos olhos do realizador brasileiro.
"Se podes olhar, vê. Se podes ver, repara" (contracapa do livro).

sábado, 8 de novembro de 2008

Aqui Fica a Crítica...

...para todos poderem ver. Assim não precisam de comprar a revista. Perdoem-me a qualidade das fotos, pois foi o melhor que consegui com a máquina que tinha.


sexta-feira, 7 de novembro de 2008

Há Dias Assim.

É assim mesmo. Ele há dias bons, maus e assim-assim. Hoje é um dia bom, de particular orgulho e felicidade, e mesmo de supresa. Por isso mesmo, caros amigos leitores, partilho com vocês este meu dia. Então é assim: A minha crítica ao filme dos irmãos Coen, Destruir Depois de Ler (2008), foi publicada na revista de cinema Premiere, na página Críticas do Leitor. Estou muito orgulhoso. Um dia para mais tarde recordar. Obrigado.

O Cinema no Carteia.

Mais uma quinzena cheia de cinema, só no seu jornal Carteia:


Título: Corrida Mortal (Death Race)

Ano: 2008

Realização: Paul W.S. Anderson

Elenco: Jason Statham, Ian McShane, Joan Allen, Jacob Vargas, Natalie Martinez e Tyrese Gibson

Género: Acção e Ficção Científica

País: E.U.A.

Produção: Paul W.S. Anderson, Jeremy Bolt, Roger Corman e Paula Wagner

Argumento: Paul W.S. Anderson (história e argumento), baseado no filme A Corrida da Morte do Ano 2000, de 1975, história original de Ib Melchior e argumento de Robert Thorn e Charles B. Griffith.

Música: Paul Haslinger

Fotografia: Scott Kevan

Montagem: Niven Howie

Sinopse/Crítica: Remake deve ser uma das palavras mais pronunciadas lá para os lados do “Bosque Sagrado” – leia-se Hollywood. Fazer um remake dum clássico de culto de série B não é nada fácil. Muito menos quando o filme em questão é um daqueles que o realizador, Paul W.S. Anderson, é fã e a sua pretensão é uma merecida homenagem. Pois, eis a prova de que nem sempre o nosso cunho pessoal é a visão mais acertada.

Corrida Mortal é um remake actualizado de A Corrida da Morte do Ano 2000 (1975), de Paul Bartel, com a história original de Ib Melchior e argumento de Robert Thorn e Charles B. Griffith. Paul W.S. Anderson pegou na ideia e transportou-a para o século XXI.

Ano 2012. Jensen Ames (Jason Statham) é um ex-piloto de automóveis injustamente condenado a cadeia pela morte da sua mulher. Para sair em liberdade, ele será obrigado pela poderosa directora da prisão (Joan Allen), a participar numa corrida de carros até à morte.

Ok. Nada de novo aqui. História previsível onde o que mais interessa é a corrida, o centro da narrativa e das seqências de acção, como de um vídeo-jogo se tratasse. Aliás, são as cenas violentas da corrida que entretêm o espectador, onde a maior ilação a tirar permanece em segundo plano. É aqui que reside o único interesse do filme. A tal corrida onde vale tudo é um reality-show transmitido ao vivo pela internet. Isto revela exactamente o tipo de consumidores de entretenimento que hoje somos. Valerá a pena pagar para ver pessoas a morrer ao vivo? Será isto o futuro do entretenimento? Temos ou não responsabilidade nas escolhas audiovisuais que fazemos? E as empresas de produção audiovisual, que responsabilidades têm? Perguntas pertinentes nos dias que correm.

Jason Statham parece ser o novo ícone hollywoodesco de acção, que continua a intercalar a escolha entre papéis bons [que saudades de Snatch – Porcos e Diamantes (2000)] e maus. Este é um deles. Joan Allen e Ian McShane, dois grandes e respeitados actores também têm de rever as suas escolhas, embora McShane confira à sua personagem uma certa piada. Mas entende-se. Afinal também eles têm as suas contas de água e luz para pagar.

Contas finais: Corrida Mortal não passa de mais um fogo-de-artifício, puro e duro, bem á maneira americana, dum realizador britânico, ainda á procura da obra da sua consagração. Ou então não.

Classificação: *- Mau

Curiosidades sobre o filme:

Roger Corman, um dos produtores deste filme, também produziu A Corrida da Morte do Ano 2000. Corman é um conhecido realizador e produtor de filmes de série B.


Título: Memento

Ano: 2000

Realização: Christopher Nolan

Elenco: Guy Pearce, Carrie-Anne Moss, Joe Pantoliano, Mark Boone Junior e Jorja Fox

Género: Thriller

País: E.U.A.

Produção: Emma Thomas, Jennifer Todd e Suzanne Todd

Argumento: Christopher Nolan, baseado no conto Memento Mori, de Jonathan Nolan

Música: David Julyan

Fotografia: Wally Pfister

Montagem: Dody Dorn

Sinopse/Crítica: Um ex-investigador de seguros, Leonard Shelby (Guy Pearce), investiga o homicídio da sua esposa, que ocorreu num assalto à sua casa, no qual ele foi atacado violentamente deixando-o inconsciente. Posteriormente é-lhe diagnosticado uma lesão na cabeça que o impossibilita de armazenar as memórias recentes e imediatas. Para superar tal condicionamento, Leonard desenvolve um sistema de apontamentos, fotografias e tatuagens, que o ajudam, entre outras coisas, a obter as informações necessárias sobre o paradeiro do homicida e obter a desejada vingança. Pelo meio da sua busca, ele é ajudado por dois estranhos, Teddy (Joe Pantoliano) e Natalie (Carrie-Anne Moss).

Memento significa souvenir. Algo que nos faz recordar alguém ou algum local por onde já passamos. Este é o título deste thriller realizado por Christopher Nolan, cujo argumento é baseado no conto Memento Mori, escrito pelo seu irmão, Jonathan Nolan. Memento Mori é uma expressão latina que significa “Lembra-te que és mortal e que um dia morrerás”.

Superiormente realizado, Memento é a prova de que Christopher Nolan é também um excelente contador de histórias, utilizando a montagem como o elemento narrativo fundamental. A história é contada em sucessivos flashbacks e flash-fowards, devidamente diferenciados cromaticamente e de forma alternada. Não sendo um método novo, a desconstrução narrativa orquestrada pelo realizador é necessária para pôr a nu o problema da perda da memória imediata originada pelo estado clínico da personagem principal. Essas memórias, tal com peças de puzzle, são inteligentemente montadas de modo a produzir o efeito de suspense sobre o espectador, provocando-o, obrigando-o a questionar-se. Exactamente aquilo que o cinema precisa nos dias de hoje e não que nos seja dado tudo numa bandeja de prata.

A música, a cargo de David Julyan [que futuramente, voltaria a trabalhar com Nolan em Insomnia (2002) e O Terceiro Passo (2006)] é muito importante na criação de ambientes nos diferentes momentos da história. Por exemplo, numa sequência que Leonard recorda a mulher, num ambiente solitário (o quarto do motel), o espectador sente claramente a sensação de perda profunda da personagem, através da música.

Relativamente ao estado clínico do qual personagem principal padece, a doença chama-se amnésia anterógrada. É uma amnésia que atinge os factos ocorridos após um acidente, ou seja, perda da memória imediata. Acontece quando existe algum traumatismo na zona do hipocampo, a sede da memória no cérebro. Como pode viver uma pessoa com uma doença deste tipo? Fazer ou dizer algo e ao fim de dez minutos não se lembrar do que acabou de fazer ou dizer? O filme mostra bem a dificuldade de lidar com esta situação, especialmente se terceiros estiverem envolvidos. Não confiando nas nossas próprias memórias, poderemos confiar nas outras pessoas que nos ajudam, ou elas usarão o nosso handicap em seu benefício?

Memento é uma obra excepcional em termos fílmicos, um daqueles filmes que não nos deixa indiferentes e nos deixa algo para ficar na memória. Como um souvenir.

Classificação: ***** - Muito bom

Curiosidades sobre o filme:

Brad Pitt e Aaron Eckhart foram considerados para o papel de Leonard Shelby.

O argumento de Memento, escrito por Christopher Nolan, fora baseado no conto Memento Mori, escrito pelo seu irmão Jonathan Nolan. Mas o argumento foi considerado original em vez de adaptado porque o conto de Jonathan só foi publicado após o filme ficar completo.


Legenda:


*- Mau

** - A ver

*** - Bom

**** - Muito bom

***** - A não perder


(Textos publicados na edição de 06 de Novembro de 2008 do jornal Carteia.)

quinta-feira, 6 de novembro de 2008

A Minha 1ª Experiência em Cinema.

No passado fim-de-semana, 1 e 2 de Novembro, tive a minha primeira experiência directa e interna em cinema.
Um amigo meu convidou-me para participar na sua primeira curta-metragem, O Raptado. O convite passava por ajudar na rodagem, como anotador, som (que acabou por não ser necessário, graças aos poderosos microfones que as câmaras de filmagem possuíam) e mais alguma coisa que tivesse a ver com assistência de realização e assistência aos actores. É óbvio que aceitei de pronto. Ainda deu tempo para uma última adição cómica ao guião e alguma ajuda, mesma que pouca, em termos fílmicos. Ajudas que foram recebidas com agrado por toda a equipa. Uma equipa de poucos elementos mas muito dinâmica e produtiva. Foi óptimo trabalhar com todos eles.
Foi uma experiência engraçada, interessante e muito positiva. O pior foi mesmo acordar muito cedo. Mas tudo correu bem. Ossos do ofício.
O mais importante foi a posterior motivação que me deu. Fiquei com vontade de escrever uma curta, quem sabe, com futuro potencial de ser materializada em imagens.

sexta-feira, 31 de outubro de 2008

As Críticas Atrasadas do Carteia.

A todos os leitores deste blogue, o meu pedido de desculpas pelo atraso na publicação das críticas do jornal Carteia. As próximas virão mais cedo, prometo.


Título: Destruir Depois de Ler (Burn After Reading)

Ano: 2008

Realização: Joel & Ethan Coen

Elenco: Brad Pitt, George Clooney, John Malkovich, J.K. Simmons, Tilda Swinton, Richard Jenkins, Frances McDormand, David Rasche e Olek Krupa.

Género: Comédia, Crime

País: E.U.A., Reino Unido e França

Produção: Joel & Ethan Coen, Eric Fellner e Tim Bevan

Argumento: Joel & Ethan Coen

Música: Carter Burwell

Fotografia: Emmanuel Lubezki

Montagem: Roderick Jaynes (pseudónimo de Joel & Ethan Coen)

Sinopse/Crítica: Há quem diga que os Manos Coen não servem muito bem a comédia, que a comédia não é o género que lhes assenta melhor. Diria até o contrário. Os Coen têm a sua própria concepção da comédia, sob um ponto de vista satírico para com a realidade americana que tão bem conhecem.

Quando um CD com as memórias de um ex-agente da CIA é encontrado num ginásio pelos seus funcionários, estamos longe de imaginar que aquele dispositivo, ao servir de moeda de troca para um pagamento de uma cirurgia estética, originará uma série de equívocos e consequências imprevisíveis e violentas.

Para quem conhece os filmes desta dupla, certamente saberá que há sempre algo, alguma coisa ou algum objecto, que catalisa a acção narrativa, no caso concreto, o CD com a suposta informação classificada. Mas há mais. A música de Carter Burwell, colaborador musical habitual dos Coen, é muito bem encaixada e oferece grandes momentos de tensão e suspense. Depois o elenco. Com as presenças habituais de Clonney e McDormand, juntam-se Pitt, Swinton e Malkovich, formando um grupo conhecido do grande público, com personagens estereotipadas, que caem frequentemente no ridículo, devido às suas próprias paranóias, originando situações cómicas. Menção honrosa para Brad Pitt, que se apresenta como um parvo bastante divertido.

As temáticas apresentadas giram á volta de relações interpessoais condenadas ao fracasso, devido à infidelidade e à desonestidade entre as pessoas, e a desorganização que existe dentro das instituições americanas relacionadas com a segurança, onde nem os próprios agentes da CIA sabem com resolver as situações ocorridas.

O que se pode exigir aos Coen, depois de no ano transacto terem ganho Óscares pelo seu grande Este País Não é Para Velhos? Nada. Que nos continuem a fazer rir e sorrir. Porque em altura de crise, é o que mais precisamos.

Classificação: **** - Muito bom

Curiosidades sobre o filme:

Este é o primeiro filme dos Irmãos Coen sem o director de fotografia Roger Deakins, desde História de Gangsters (1990).

Este foi o filme de abertura da edição deste ano do Festival de Veneza.

Segundo os Irmãos Coen, o argumento de Destruir Depois de Ler foi escrito ao mesmo tempo do argumento para Este País Não é Para Velhos (2007), sempre em dias alternados.


Título: Em Nome da Amizade

Ano: 2007

Realização: Mike Binder

Elenco: Adam Sandler, Don Cheadle, Jada Pinkett Smith, Liv Tyler, Saffron Burrows, Donald Sutherland e Mike Binder

Género: Drama

País: E.U.A.

Produção: Jack Binder e Michael Rotenberg

Argumento: Mike Binder

Música: Rolfe Kent

Fotografia: Russ T. Alsobrook

Montagem: Steve Edwards e Jeremy Roush

Sinopse/Crítica: Perder as pessoas que mais amamos na vida é a coisa mais terrível que nos pode acontecer. A dor é inimaginável e ultrapassá-la é extremamente difícil. Uma realidade mudada de um dia para outro parece inconcebível. Nestas alturas a presença da amizade é a melhor das curas. A amizade é o sentimento mais honesto que une os corações das pessoas.

Na cidade de Nova Iorque, dois antigos companheiros de faculdade, Alan Johnson (Don Cheadle) e Charlie Fineman (Adam Sandler) reencontram-se. Alan vive numa rotina entre o trabalho e a família e Charlie vai vivendo como pode no seu próprio mundo, desde que perdeu a mulher e as filhas no atentado de 11 de Setembro de 2001. A reactivação desta amizade vai ajudar estes dois homens a ultrapassar os problemas que os apoquentam. Perdidos algures nas suas vidas, juntos vão conseguir a pouco e pouco, dia a dia, recuperar o prazer de viver e ultrapassar os seus próprios problemas.

Mike Binder, o realizador mostra-nos uma cidade de Nova Iorque ainda a recuperar das mazelas sofridas em 2001, tornando-a numa verdadeira personagem, cheia de emoções, como muitos outros realizadores já o fizeram, nomeadamente Woody Allen e Spike Lee. Emoção que transparece nas personagens, principalmente a de Adam Sandler, extremamente sofrida e alheada da realidade. Aliás, Sandler mostra aqui que é muito mais do que um comediante. Um registo dramático muito bom. O realizador mostra ainda os mais altos valores da amizade. Apesar de formarem uma dupla inesperada e improvável, Cheadle e Sandler comovem o espectador com a química e a amizade que une as suas personagens.

Este é um filme sobre a amizade entre pessoas, que nos toca verdadeiramente e acaba tal como começa: ao ritmo da vida de cada um, a cada dia que passa.

Classificação: **** - Muito bom

Curiosidades sobre o filme:

Brad Pitt foi considerado para o papel de Charlie Fineman.

Javier Bardem esteve prestes a entrar no filme para o papel que viria a ser de Don Cheadle. Tudo por razões de agenda.


Legenda:

*- Mau

** - A ver

*** - Bom

**** - Muito bom

***** - A não perder

(Textos publicados na edição de 16 de Outubro de 2008 do jornal Carteia.)