quarta-feira, 26 de novembro de 2008
A Morte de Batman.
terça-feira, 25 de novembro de 2008
segunda-feira, 24 de novembro de 2008
Mais Cinema.
Título: Ensaio Sobre a Cegueira (Blindness)
Ano: 2008
Realização: Fernando Meirelles
Elenco: Julianne Moore, Mark Ruffalo, Alice Braga, Yoshino Kimura, Yusuke Iseya, Don McKellar, Danny Glover, Mitchell Nye, Sandra Oh e Gael García Bernal
Género: Drama, Ficção Científica, Thriller e Mistério
País: Canadá, Brasil e Japão
Produção: Andrea Barata Ribeiro, Niv Fichman e Sonoko Sakai
Argumento: Don McKellar, baseado no romance homónimo de José Saramago
Música: Marco Antônio Guimarães
Fotografia: César Charlone
Montagem: Daniel Rezende
Sinopse/Crítica: Desde que o cinema fora inventado que as adaptações de grandes obras literárias são uma das fontes mais inspiradoras dos cineastas. Isto porque o cinema deve à literatura a sua estrutura narrativa, isto é, a forma de contar histórias, embora utilize outros tipos de linguagem. Mas materializar um romance em linguagens fílmicas não é uma tarefa fácil. É, e será sempre, uma visão particular, um ponto de vista, daquele que adapta e isso tem efeito no espectador, pois poderá ou não corresponder ao imaginado por si.
Ensaio Sobre a Cegueira é a segunda obra de José Saramago adaptada ao cinema, depois de A Jangada de Pedra, em 2002, pela mão do holandês George Sluizer. Um filme que chega 10 anos após a entrega do Prémio Nobel da Literatura ao escritor português.
Conta a história duma misteriosa cegueira que contagia toda uma cidade e que se espalha pelo país. Aparentemente incurável, apenas uma mulher não fica afectada pela cegueira e ela será a única testemunha de todas as atrocidades imagináveis, a prova viva da decadência duma sociedade. Mas também ela será a única capaz de achar o caminho de regresso à civilização.
Respeitando ao máximo a obra de Saramago, o realizador brasileiro consegue aqui o grande feito do filme. Pela mão da grande Julianne Moore, a única personagem que tudo vê, que se sento o desespero de todos aqueles que ficam cegos dum momento para o outro. Ela parece impotente perante o fardo que carrega, mas a pouco e pouco a sua força interior emerge de tal forma, que culmina com a protecção e orientação daqueles que mais ama.
O filme tem um visual bastante interessante. A ideia da misteriosa e leitosa cegueira é notável, com planos muito brancos e desfocados, cria-nos a ambiência do novo mundo dos cegos. Um visual cuidado que nós transposta para dentro das personagens, percebendo a sua angustia perante a enfermidade. Em algumas das situações representadas, especialmente, a deambulação dos cegos pela cidade à procura duma orientação comum ou os santos duma igreja de olhos vendados, sentimos verdadeiramente essa angústia perante o mundo à beira do fim.
Como é impressionante como os nossos instintos mais selvagens se sobreponham à razão, à moral e ao bom senso perante uma possível situação de crise, no caso da cegueira, onde não há tempo de adaptação possível. A única forma de sobrevivência é a comunhão.
Apesar de tudo aquilo que possa representar, alegoricamente falando, Ensaio Sobre a Cegueira é um filme sobre esperança na raça humana e sobre a humanização do homem. É importante e urgente reparar em nós, de olharmos para dentro de nós e no próximo, no outro.
Classificação: *** - Bom
Curiosidades sobre o filme:
- O filme foi seleccionado para abrir a edição 2008 do Festival de Cannes.
- O filme agradou ao autor do livro, José Saramago.
Legenda:
*- Mau
** - A ver
*** - Bom
**** - Muito bom
***** - A não perder
A Importância do Cinema.
sexta-feira, 21 de novembro de 2008
Frase do Dia (8).
Hoje é Dia de...
quinta-feira, 20 de novembro de 2008
Um Momento de Orgulho.
domingo, 16 de novembro de 2008
Menu do Dia (3).
sábado, 15 de novembro de 2008
Sugestão Cinéfila da Semana (7):
sábado, 8 de novembro de 2008
Aqui Fica a Crítica...
sexta-feira, 7 de novembro de 2008
Há Dias Assim.
O Cinema no Carteia.
Título: Corrida Mortal (Death Race)
Ano: 2008
Realização: Paul W.S. Anderson
Elenco: Jason Statham, Ian McShane, Joan Allen, Jacob Vargas, Natalie Martinez e Tyrese Gibson
Género: Acção e Ficção Científica
País: E.U.A.
Produção: Paul W.S. Anderson, Jeremy Bolt, Roger Corman e Paula Wagner
Argumento: Paul W.S. Anderson (história e argumento), baseado no filme A Corrida da Morte do Ano 2000, de 1975, história original de Ib Melchior e argumento de Robert Thorn e Charles B. Griffith.
Música: Paul Haslinger
Fotografia: Scott Kevan
Montagem: Niven Howie
Sinopse/Crítica: Remake deve ser uma das palavras mais pronunciadas lá para os lados do “Bosque Sagrado” – leia-se Hollywood. Fazer um remake dum clássico de culto de série B não é nada fácil. Muito menos quando o filme em questão é um daqueles que o realizador, Paul W.S. Anderson, é fã e a sua pretensão é uma merecida homenagem. Pois, eis a prova de que nem sempre o nosso cunho pessoal é a visão mais acertada.
Corrida Mortal é um remake actualizado de A Corrida da Morte do Ano 2000 (1975), de Paul Bartel, com a história original de Ib Melchior e argumento de Robert Thorn e Charles B. Griffith. Paul W.S. Anderson pegou na ideia e transportou-a para o século XXI.
Ano 2012. Jensen Ames (Jason Statham) é um ex-piloto de automóveis injustamente condenado a cadeia pela morte da sua mulher. Para sair em liberdade, ele será obrigado pela poderosa directora da prisão (Joan Allen), a participar numa corrida de carros até à morte.
Ok. Nada de novo aqui. História previsível onde o que mais interessa é a corrida, o centro da narrativa e das seqências de acção, como de um vídeo-jogo se tratasse. Aliás, são as cenas violentas da corrida que entretêm o espectador, onde a maior ilação a tirar permanece em segundo plano. É aqui que reside o único interesse do filme. A tal corrida onde vale tudo é um reality-show transmitido ao vivo pela internet. Isto revela exactamente o tipo de consumidores de entretenimento que hoje somos. Valerá a pena pagar para ver pessoas a morrer ao vivo? Será isto o futuro do entretenimento? Temos ou não responsabilidade nas escolhas audiovisuais que fazemos? E as empresas de produção audiovisual, que responsabilidades têm? Perguntas pertinentes nos dias que correm.
Jason Statham parece ser o novo ícone hollywoodesco de acção, que continua a intercalar a escolha entre papéis bons [que saudades de Snatch – Porcos e Diamantes (2000)] e maus. Este é um deles. Joan Allen e Ian McShane, dois grandes e respeitados actores também têm de rever as suas escolhas, embora McShane confira à sua personagem uma certa piada. Mas entende-se. Afinal também eles têm as suas contas de água e luz para pagar.
Contas finais: Corrida Mortal não passa de mais um fogo-de-artifício, puro e duro, bem á maneira americana, dum realizador britânico, ainda á procura da obra da sua consagração. Ou então não.
Classificação: *- Mau
Curiosidades sobre o filme:
Roger Corman, um dos produtores deste filme, também produziu A Corrida da Morte do Ano 2000. Corman é um conhecido realizador e produtor de filmes de série B.
Título: Memento
Ano: 2000
Realização: Christopher Nolan
Elenco: Guy Pearce, Carrie-Anne Moss, Joe Pantoliano, Mark Boone Junior e Jorja Fox
Género: Thriller
País: E.U.A.
Produção: Emma Thomas, Jennifer Todd e Suzanne Todd
Argumento: Christopher Nolan, baseado no conto Memento Mori, de Jonathan Nolan
Música: David Julyan
Fotografia: Wally Pfister
Montagem: Dody Dorn
Sinopse/Crítica: Um ex-investigador de seguros, Leonard Shelby (Guy Pearce), investiga o homicídio da sua esposa, que ocorreu num assalto à sua casa, no qual ele foi atacado violentamente deixando-o inconsciente. Posteriormente é-lhe diagnosticado uma lesão na cabeça que o impossibilita de armazenar as memórias recentes e imediatas. Para superar tal condicionamento, Leonard desenvolve um sistema de apontamentos, fotografias e tatuagens, que o ajudam, entre outras coisas, a obter as informações necessárias sobre o paradeiro do homicida e obter a desejada vingança. Pelo meio da sua busca, ele é ajudado por dois estranhos, Teddy (Joe Pantoliano) e Natalie (Carrie-Anne Moss).
Memento significa souvenir. Algo que nos faz recordar alguém ou algum local por onde já passamos. Este é o título deste thriller realizado por Christopher Nolan, cujo argumento é baseado no conto Memento Mori, escrito pelo seu irmão, Jonathan Nolan. Memento Mori é uma expressão latina que significa “Lembra-te que és mortal e que um dia morrerás”.
Superiormente realizado, Memento é a prova de que Christopher Nolan é também um excelente contador de histórias, utilizando a montagem como o elemento narrativo fundamental. A história é contada em sucessivos flashbacks e flash-fowards, devidamente diferenciados cromaticamente e de forma alternada. Não sendo um método novo, a desconstrução narrativa orquestrada pelo realizador é necessária para pôr a nu o problema da perda da memória imediata originada pelo estado clínico da personagem principal. Essas memórias, tal com peças de puzzle, são inteligentemente montadas de modo a produzir o efeito de suspense sobre o espectador, provocando-o, obrigando-o a questionar-se. Exactamente aquilo que o cinema precisa nos dias de hoje e não que nos seja dado tudo numa bandeja de prata.
A música, a cargo de David Julyan [que futuramente, voltaria a trabalhar com Nolan em Insomnia (2002) e O Terceiro Passo (2006)] é muito importante na criação de ambientes nos diferentes momentos da história. Por exemplo, numa sequência que Leonard recorda a mulher, num ambiente solitário (o quarto do motel), o espectador sente claramente a sensação de perda profunda da personagem, através da música.
Relativamente ao estado clínico do qual personagem principal padece, a doença chama-se amnésia anterógrada. É uma amnésia que atinge os factos ocorridos após um acidente, ou seja, perda da memória imediata. Acontece quando existe algum traumatismo na zona do hipocampo, a sede da memória no cérebro. Como pode viver uma pessoa com uma doença deste tipo? Fazer ou dizer algo e ao fim de dez minutos não se lembrar do que acabou de fazer ou dizer? O filme mostra bem a dificuldade de lidar com esta situação, especialmente se terceiros estiverem envolvidos. Não confiando nas nossas próprias memórias, poderemos confiar nas outras pessoas que nos ajudam, ou elas usarão o nosso handicap em seu benefício?
Memento é uma obra excepcional em termos fílmicos, um daqueles filmes que não nos deixa indiferentes e nos deixa algo para ficar na memória. Como um souvenir.
Classificação: ***** - Muito bom
Curiosidades sobre o filme:
Brad Pitt e Aaron Eckhart foram considerados para o papel de Leonard Shelby.
O argumento de Memento, escrito por Christopher Nolan, fora baseado no conto Memento Mori, escrito pelo seu irmão Jonathan Nolan. Mas o argumento foi considerado original em vez de adaptado porque o conto de Jonathan só foi publicado após o filme ficar completo.
Legenda:
*- Mau
** - A ver
*** - Bom
**** - Muito bom
***** - A não perder
(Textos publicados na edição de 06 de Novembro de 2008 do jornal Carteia.)